Quarentena

O início da quarentena foi difícil, os primeiros dias achei estranho não poder sair, trabalhar home office, não ver a família e amigos - por mais que eu sinta falta do convívio social, estou calma aceitando essa nova fase e gostando de "parte" dela.

Sair de casa, apenas para ir ao mercado quando não tem mais comida, é algo que eu acho bom. Por mais que nesse período em casa eu tenha comido demais, furado a dieta como nunca, me conscientizei de que só devo comprar o que posso comer - assim volto pra dieta e não fico exposta "as tentações".

Trabalhar home office, sinto a falta de convívio com os colegas e amigos de trabalho, mas tenho dispersado menos e trabalhado com mais foco. Tinha a ideia inicial de que ficar em casa seria menos produtivo, que eu iria desfocar fácil, mas tive que colocar despertador nos horários para parar de trabalhar, fazer uma pause e encerrar o expediente.

A parte que está pegando mesmo é a falta dos familiares/amigos. Eu adoro receber gente na minha casa, pra um café, uma janta, um churrasco. Faz uma falta enorme isso. Boas conversas, troca de experiencias, beber bons vinhos, dar boas gargalhadas, se divertir. Poder abraçar e beijar as pessoas, isso não tem preço. É desumano não poder mimar seus pais.

Lógico que nesse período eu peguei o carro e dei umas voltas na cidade, na BR, pq o isolamento é algo que mexe com sua cabeça. Essa coisa de o ser humano ser proibido - é algo muito louco. Saí para disparecer.

Também eu penso na economia, na saúde mental das pessoas e tantas outras coisas... acredito que o mundo nunca mais será o mesmo. Essa fase serviu para as pessoas darem uma "pausa". Achei interessante o quando as pessoas se doaram, olha quantas lives estão sendo feitas por dia, academias online, pessoas falando como viver nesse período, dando dicas de como trabalhar em casa, como se reinventar, como ganhar dinheiro. Quantos pais estão tendo que brincar com seus filhos, dar aulas, se conectar.

A droga toda é que a gente não sabe muita coisa sobre o vírus, nem quando a gente vai pegar e como nosso corpo vai reagir? E as pessoas próximas da gente, como vai ser? E quando alguém próximo morrer? E se for a gente, estamos preparados?

Pois é, negócio é viver um dia de cada vez e aproveitar todos os momentos. Eu já vi essa pandemia num filme, mas não pensei que iria viver isso.  

Foto: FreePik